"Irréversible"
Realizador
: Gaspar Noé
Argumento: Gaspar Noé
Elenco: Monica Bellucci, Vincent Cassel, Albert Dupontel, Jo Prestia
França, 2002



Ninguém, ao ver “Irréversible”, vai ficar indiferente. O filme francês de Gaspar Noé, é o exemplo perfeito daqueles filmes, que ou se odeia ou se ama. Duro, revoltante, nojento, arrebatador, confuso, brilhante, inovador e original, são alguns dos adjectivos que se podem utilizar para definir este filme. Vi este filme aquando da sua estreia, passados alguns anos, fazendo agora parte da minha videoteca, revi-o em DVD e não perdeu a força brutal de então. Noé utiliza a steady-cam de uma maneira brilhante, conseguindo aproximar-nos de um submundo nojento, mas ao mesmo tempo reflectindo as emoções dos personagens. “Irréversible” é isso mesmo, irreversível, porque nos é mostrado do fim para o princípio. “O tempo destrói tudo”. É a mensagem que nos é transmitida, e de facto durante o filme e á medida que vamos recuando no tempo, o que vemos é a destruição de um casal jovem, belo e apaixonado. O filme começa perturbante e com uma cena de morte simplesmente arrepiante! No entanto a cena que ficou célebre e que é central na história, é a que mostra a violação de Mónica Belluci numa passagem de peões subterrânea. Nunca uma violação foi mostrada assim, nunca foi tão revoltantemente dura e verdadeira. São dez minutos, em que acompanhamos a violação e espancamento daquela mulher, sentido a sua raiva, dor e humilhação. A cena torna-se ainda mais revoltante, ao ver-mos ao fundo do túnel, chegar alguém, que escolhe virar costas e não ajudar aquela mulher em sofrimento. No final do filme, o princípio da história, as cenas de felicidade do casal e a revelação ou confirmação de algo que seria um feliz acontecimento, é tão brutal quanto as cenas violentas, que podemos assistir durante o filme. Belluci, bela como nunca, entrega-se de corpo e alma na cena de violação. Cassel é brilhante, conseguindo transmitir toda a revolta e sede de vingança, de alguém que passa por aquele traumático acontecimento. Eu sou dos que ama “Irréversible”. Gaspar Noé consegue criar uma obra-prima polémica (chegou a ser considerada homofóbica) mas, imprescindível!

E se o Pl@ka falou...tá falado!

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