Gostava de ter escrito isto...

Sobre "Atropelamentos e naufrágios", andava para escrever qualquer coisa, mas depois de ler mais um brilhante post do Carlos Miguel Silva, o Gwaihir, do blogue Tertúlia Benfiquista, mais uma vez, já estava tudo escrito. Então é assim:
Ficamos a saber, portanto, que a SAD do FCP e o site oficial do clube servem de órgãos de relações públicas e de comunicação no que concerne a assuntos pessoais do presidente do clube do Guarda Abel. Mas afinal quem é que foi a julgamento no Tribunal de S. João Novo? Foi o clube? Foi a SAD? Foi alguma entidade empresarial do grupo? Ou foi o presidente a título pessoal?
Uma das manobras, julgo, profusamente utilizadas para defender o indefensável e tentar evitar castigos ao clube na altura do auge do Apito Dourado foi exactamente o argumento da separação entre as acusações ao presidente/dirigentes e o clube ou a SAD (sendo que depois se tentava separar ou juntar os processos consoante o seu desenlace e da forma mais conveniente, à chico-esperto). Agora, no âmbito de um processo de carácter eminentemente pessoal, percebe-se que afinal as coisas são – sempre o serão – indissociáveis. O FCP e os seus recursos são instrumentalizados pelo seu presidente e tudo o que este faz está inapelável e intimamente associado ao primeiro (poder-se-á especular, até, se terá sido o Bruto Alves o condutor do automóvel responsável pelo atropelamento, o que explicaria o estilo ‘viril’ da condução).
Gostaria de pensar que há portistas que não se sentem confortáveis com esta promiscuidade, mas quem defende os métodos utilizados por esta gente há décadas e quem festeja despudorada e orgulhosamente campeonatos obtidos a fruta, galões e viagens ao Brasil não deve ter grandes problemas de consciência com mais esta facada na credibilidade de um clube que há muito que é apenas uma fachada para um grupo de gente sem escrúpulos.
O moço com deficiência estético-capilar que treina a Agremiação do Lumiar, no lançamento da segunda mão do jogo com a Fiorentina fez uma comparação muito interessante entre o Sportem e o Titanic. Percebo a ideia (afinal o que é o Sportem senão uma tragédia que malha sistematicamente com o focinho de iceberg em iceberg), mas faria mais sentido fazer a comparação com um acidente de um bote ocupado por meia dúzia de desgraçados. É que, ainda assim, havia muito mais gente no Titanic do que espectadores nos jogos da lagartagem.
Será sábio, para motivar os jogadores antes de um jogo de importância fundamental para a sobrevivência de um clube falido, invocar um filme sobre um naufrágio em que morre gente aos magotes? Provavelmente sim, se se tratar de um moço prevenido e a mensagem que se quer transmitir for ‘é melhor começar a preparar os coletes e ver se há botes para toda a gente’.
Aproveito para descodificar as bizarras afirmações que deixaram muita gente a coçar a cabeça (excepto o Pedro Barbosa, que tipicamente não coça a cabeça porque isso descola o capachinho) sobre como o que mais o enervou no filme Titanic foi ‘ver alguém entrar nos barcos salva-vidas destinados apenas às senhoras e às crianças’. É particularmente evidente que está a avisar o Rochembolha que não deve ir no barco destinado ao Miguel Veloso e aos miúdos (Moutinho, Carriço e Pereirinha). Quanto mais não seja, porque as hipóteses do barco se virar aumentam exponencialmente.
E se o Pl@ka falou...tá falado!

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