Benfica! Benfica! Benfica! Benfica!





Ontem gritei um golo do Benfica como há muito não fazia! O golo de Coentrão (de pé direito! De pé direito, caraças!) foi marcado por nós benfiquistas, por todos nós! Os milhares no estádio e os outros todos pelo país inteiro que sofriam frente aos monitores de tv.

Não vou tecer grandes apreciações ao jogo, ás exibições individuais, não vou falar de aspectos tácticos. Hoje o Benfica faz anos, o meu Benfica faz 107 anos. Eu sou Benfica (gosto de o dizer assim) desde que nasci e embora não tenha, naturalmente, noção nos primeiros anos de vida desse clubismo, tendo sido criado num lar em que o meu pai e irmão mais velho eram benfiquistas ferrenhos e frequentavam todos os fins de semana a velha Catedral, posso afirmar que comecei a ser Benfica assim que nasci.

O meu Benfica está pujante, está vivo, está cheio de garra, de vontade de vencer e de lutar contra todas as adversidades. O meu clube chega aos 107 anos depois de na véspera a sua equipa de futebol ter demonstrado no relvado da nova Catedral perante nós, os benfiquistas, que está ao melhor nível. O Benfica é algo que não se explica, costumo dizer que é uma pessoa de família que amo, é o que me fazia faltar à escola e apanhar o autocarro 24 sem os meus pais saberem para assistir a uma vitória sobre o Sporting (5-0), em jogo para a Taça de Portugal, marcado para o meio da tarde de um dia de semana. O Benfica é algo que me fez estar presente em Alvalade no jogo dos 7-1 e sair de lá mais Benfica do que nunca. É um sentimento de pertença a algo bom. E lembro-me de ter estado em noites gloriosas como aquelas contra o Steaua, o Parma, o Liverpool, a Roma, o D. Kiev e contra o Anderlecht. Esta equipa belga recorda-me noites não tão gloriosas, como aquela em que jogamos um particular sob um frio gélido e no velhinho estádio estavam, no máximo, duzentas pessoas. E eu e o meu primo felizes por ali estarmos… Aquilo, o estádio, era a nossa casa e estávamos bem ali. E o jogo memorável contra o Marselha, o jogo da mão do Vata (que não vi no estádio, juro), o jogo que eu ansiei por tanto tempo e  ao qual estive prestes a faltar devido à burrice e estupidez própria de um adolescente. O meu pai, mesmo sem quase falar para mim, levou-me ao jogo e as pazes com o velho foram feitas de lágrimas nos olhos, num abraço apertado enquanto festejávamos o golo que nos levava à final da Taça dos Campeões Europeus. Aquele abraço era muito mais que o festejo de um golo. E o Benfica que era um amigo comum, uma pessoa de família que ambos amávamos, cumpria o seu papel e servia de aproximação entre pai e filho. E a poucos dias de ser pai é este Benfica, este sentimento que irei apresentar ao Rodrigo.

O meu Benfica é tudo isto e mais, muito mais para mim.

O meu Benfica que ontem voltou a demonstrar estar tão vivo. Que prova a cada jogo que é, sem qualquer tipo de dúvida, a melhor equipa portuguesa (de longe) e uma das melhores (actualmente) na Europa.

O meu Benfica faz 107 anos. E ontem nós todos, os que gostam disto, não gostam daquilo, os que apoiam a direcção ou não, os que gostam mais ou menos de um certo jogador, os que têm mais paciência ou entendem não dar tempo à equipa, todos, todos estávamos no pé direito de Coentrão

Benfica! Benfica! Golo! Golo, caraças!

Parabéns, Benfica.

E obrigado.


0 Comentários:

top