E eu sou-o. E continuarei a ser. Na certeza que faço parte do maior clube português. Com um orgulho desmedido.
Hoje contam-se cabeças, pede-se sangue, escolhem-se lados, candidatos a presidentes, despedem-se treinadores e contratam-se um camião de outros, querem-se na rua metade dos jogadores que compõem o plantel, vocifera-se que esta é a pior época de sempre – os meninos devem andar fumar coisas esquisitas para se esquecerem das épocas da década de 90, do sexto lugar, de campanhas europeias perdidas por goleadas em Vigo ou às mãos de equipas incomparavelmente mais fracas que este Braga, de jogadores apresentados e que não chegavam a vestir a camisola, de outros a fugir para rivais com justa causa por ordenados em atraso, do nome do Benfica nas capas dos jornais pelas piores e mais ridículas razões e planteis recheados com jogadores medíocres. Enfim, os meninos ou são novos, esquecidos ou patetas – espera-se a equipa como verdadeiros benfiquistas, grita-se com o grelo aos saltos: “O Benfica Acabou!”. Um regabofe! É o costume. Era espectável que assim fosse.
Eu gosto que para os benfiquistas só sirva ganhar, mas gostava que nas alturas de derrota, no fim de uma péssima época se tivesse cabeça em vez de se querer a cabeça de alguém. É assim que se enfrentam dias maus, no futebol como na vida.
Para aclarar que este texto não é muito lindo e o catano e, ainda assim, não esclarece coisíssima nenhuma, informo que não sou anti-Vieira nem pró-Vieira, – e se tivesse no lugar dele, sabendo o que sei, colocava o lugar à disposição e convocava eleições. No entanto não acredito que o faça – e embora Jesus tenha cometido imensos erros esta época, no planeamento do plantel e em jogos cruciais – não consigo perceber como esta equipa que chegou a jogar o melhor futebol em Portugal chega a esta altura da época física e mentalmente num estado deplorável. Sem garra, sem querer, sem classe – e ainda assim quero que continue e cumpra o contrato até ao fim. Esclarecidos? Espero que sim.
Vem aí o tempo das facas longas, em que todos vão sair das tocas. Vai-se querer sangue, o rolar de cabeças.
Divirtam-se…
Eu vou fazer algo que já deveria ter feito, inscrever os meus filhos, a Joana (8 anos) e o Rodrigo (2 meses), como sócios do Glorioso, o Sport Lisboa e Benfica.
2 Comentários:
O problema desta época foram as falsas expectativas que se foram alimentando e gerando...agora a desilusão criou esta onda!!!
Enfim, este ano também me vou fazer,e, se calhar, apanho o redpass que no ano passado queria comprar...já que há muitos que agora vão preferir o conforto do sofá!!!
É isso mesmo! Ser benfiquista é fácil quando se ganha! Eu tenho pena de não poder renovar o meu cativo hoje!
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