Não costumo concordar com o moço Camilo, mas...


O orçamento da Segurança Social não aguenta o actual ritmo de reformas antecipadas? Não. Qualquer pessoa que faça contas, grupo onde há poucos políticos (e muito poucos representados no Parlamento ) sabe isso.
O orçamento da Segurança Social não aguenta o actual ritmo de reformas antecipadas? Não. Qualquer pessoa que faça contas, grupo onde há poucos políticos (e muito poucos representados no Parlamento…) sabe isso.

É por isso que a suspensão das reformas antecipadas durante dois anos era inevitável (mais tarde ou mais cedo teremos de acabar com elas). O problema não está na decisão, está na forma como o Governo (não) a comunicou.

Vejamos: a decisão podia ser divulgada antecipadamente? Não. Em 2010 houve um disparo nos pedidos de reforma antecipada na função pública quando se soube que a penalização por cada ano de antecipação ia passar de 4,5 para 6%.

O que é que o 1º ministro deveria ter feito? No dia da publicação em Diário da República deveria ter convocado a comunicação social para, com o ministro da Segurança Social, explicar a decisão. Ora Passos Coelho não só não o fez como acabou por falar do assunto em Maputo (sem Mota Soares ao lado). Alimentando dúvidas de que o Governo teve medo de enfrentar a opinião pública…

Se somarmos a esta "gaffe" a da suspensão dos subsídios de Natal e férias (foi mesmo "gaffe"?) temos a confirmação de que Passos Coelho não sabe nada de comunicação estratégica e domina muito mal a comunicação de crise. Nesse aspecto fica a muitas milhas de distância de Sócrates. Com uma agravante: Sócrates, que só tinha "vaporware" para mostrar, usava e abusava do marketing; Passos Coelho tem resultados. Mas por este andar a opinião pública nunca vai perceber quais são… porque ele não os sabe "vender". O que faz toda a diferença, porque não se fazem reformas sem as explicar ao eleitorado.
in Negócios on line

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