É ler e os insultos são ali onde diz comentários...


Ofendi alguns, para não dizer muitos, quando larguei uma boca nas redes sociais em que dizia que a selecção portuguesa não jogava nada. Que era uma mão cheia de jogadores com talento e outros que defendiam, corriam e… Corriam. E que, ainda assim, fruto do querer, da garra e muita estrelinha, que se revelou não ser de campeão, chegou à final do Mundial. Muitos me “caíram” em cima. Nas redes sociais e fora delas. Aqui no blogue esperei um pouco para desenvolver o tema. É hoje.

Esclareço que a minha opinião não significa que esteja com o costumeiro sentimento “tuga” que não consegue viver com o sucesso dos outros. Sempre desejei que esta selecção, à boa maneira grega, conseguisse chegar ao lugar mais importante do pódio. Assim, acompanhei todos os jogos – como o fiz há vinte anos e depois no mundial disputado em Portugal. Duas selecções que esbanjavam talento – sofri nos penalties contra a Argentina, festejei todos os golos (foram poucos) e defesas de Mika (foram muitas e boas) e bocejei na maior parte do restante tempo que duravam os jogos tão maus eram em qualidade. Sem pinga de futebol, com uma equipa na base da força, da correria, e sem vislumbre de dinâmica ofensiva, a não ser no chutão para a frente a ver se a bola chegava a dois ou três jogadores sozinhos contra as defesas contrárias (existiriam muitos exemplos disto, mas bastava ver os dois golos de Portugal frente ao Brasil e o que acabei de escrever estava explicado), esta selecção chega à final do mundial e sagra-se vice-campeão. Apesar de Ilídio Vale.

Colocar todos os jogadores a defender, sem qualquer capacidade para sair em contra-ataque, é diferente de jogar bem tacticamente. Diziam os (excelentes) comentadores da Eurosport durante o prolongamento que Portugal estava pior fisicamente que o Brasil. Nada mais normal e natural. Uma equipa de futebol descansa com posse de bola, Portugal na maioria dos jogos andou sempre com oito ou nove jogadores atrás da bola, a dita estava nos pés dos adversários. Portugal corria o dobro. Porquê? Porque não tinha uma jogada atacante ensaiada. Porque não sabia e não podia fazer posse de bola. Porquê? Perguntem a Ilídio Vale. Por onde anda Rehhagel? Porque não está (nem nunca esteve ou estará) ou teve sucesso o seleccionador da selecção grega em 2004, num clube grande ou médio? Porque o que ele conseguiu em Portugal, no Euro, acontece de vez em quando. Ele não foi coompetente nem se tornou após a vitória. O mesmo acontece com Ilídio Vale.

Mika, Cédric, Roderick, Nuno Reis, Danilo, Caetano e Nelson Oliveira são excelentes valores. Alguns deles não mostraram tudo o que podem fazer. Não os deixaram fazer mais.

Destaco Nélson Oliveira. Demonstrou um nível superior ao patenteado nos juniores do Benfica (o que é normal e desejável na evolução do jogador) e no que lhe vi fazer durante a pretérita época no Paços de Ferreira. Velocidade, garra, técnica e capacidade de finalizar as poucas oportunidades que se lhe depararam. Espero que possa mostrar tudo isto e evoluir no meu Benfica.

Depois de falar de futebol posso manifestar a tristeza de não termos trazido o caneco? Infelizmente não conseguimos. O Brasil era melhor? Sim. Melhor ainda era a Espanha. Mas os melhores nem sempre ganham, recordo novamente o Euro 2004, e estava convencido que Portugal iria manter a estrelinha, todavia tal não aconteceu e até Mika não esteve feliz.

Foi pena. Ainda assim, orgulhoso nestes jogadores. Nos jogadores.

2 Comentários:

abidos disse...

Concordo em absoluto...
Este 'mau' jogo, começou no Europeu do ano passado, e quando o seleccionador decidiu não convocar o Rúben Pinto, o único jogador que fazia as transcições ofensivas com alguma qualidade, o destino do catenacio ficou definido!!!

Acrescento dois pontos ao teu post:
-Com praticamente todos os jogadores a defender junto da nossa área, sempre que se tentava um contra-ataque, lá tinham que fazer uma maratona para a frente e depois para trás...
-A 'estrelinha' realmente só largou a selecção na final, inclusive dois penalty's inexistentes: Guatemala e França, ambos decisivos no desenrolar dos jogos...!!!

Abraços

Anónimo disse...

Concordo a 100%... tive o mesmo problema ao emitir a minha opinião nas ditas redes sociais.

Ricardo Nascimento

top