Nunca votei em Sócrates, mas já me abstive em 2009, porque considerei que não havia ninguém melhor para o país. Não costumo votar nas eleições numa perspectiva clubista, mais do que em partidos acredito em pessoas e projectos, embora em termos de ideologia me sinta próximo do centro direita. Nunca “diabolizei” Sócrates, nunca odiei e não odeio Sócrates.

Votei Pedro Passos Coelho (PPC). Porque julguei ser o melhor para país. E só. 

Escrevi isto a 6 de Junho após as eleições. 

Disse na altura que este governo teria um estado de graça muito curto e seria um dos mais impopulares de sempre e rapidamente. 

Ora, a realidade ai está. Dura. Muito dura. É claro que para os distraídos e para aqueles que se entretêm a lançar bordoadas nas redes sociais, estas medidas que afectam todos, uns mais que outros, aparecem do nada e porque os senhores que estão no governo são uns facínoras e querem é tacho e são uns fascistas ultra liberais que não se importam com o povo. 

Assisto às queixas sobre os impostos daqueles que ganham mais de 153.000 euros anuais e descubro que existe muito mais gente a ganhar muito e bem em Portugal. Teria todo o gosto em pagar este imposto, que apoio, se isso significasse que ganhava cerca de 10.000 euros mensais. 

Assisto a muitos referirem-se ao imposto do subsídio de natal como se todos fossem ter o mesmo encurtado em 50%. Mentira. Mais de 90% da população não terá cortes significativos no subsídio de natal. 

Leio e oiço as queixas sobre os aumentos e mais aumentos de impostos e nada sobre o corte na despesa. Concordo que já esperava cortes visíveis na pesada máquina do estado. No entanto, sei que será extremamente difícil cortar em tudo que está a mais. E não será visível a curto prazo. E sobre esta propalada medida tão pedida, também por mim, convém não esquecer que todos os institutos, fundações e trampas afins que servem na maioria dos casos para colocar os boys com tachos e na prática pouco ou nada interessam ou fazem, possuem a trabalhar nelas pessoas com filhos, casas para pagar, despesas como todos nós e que auferem 700 ou 800 euros por mês. Estas pessoas que fazem parte da chamada “Despesa”, também serão afectadas pelos tão pedidos cortes ao perderem os seus postos de trabalho. Existem sempre pessoas por detrás das parvoíces que se escrevem na internet.

Assisto a tanta gente a reclamar contra um governo que entrou num buraco cheio de merda e que agora a está a limpar, ou se quiserem, a tirá-la à pazada. Pois, é verdade, a trampa está a cair em cima de todos. E será assim por mais uns tempos. O que não compreendo é que ninguém tenha lido o acordo com a troika, que ninguém saiba o que vem a seguir, que ninguém pense um bocadinho, só um bocadinho, e guarde as críticas para um pouco mais tarde, quando se chegar à conclusão que estas medidas não produziram os efeitos desejados. 

Este governo tem três meses de trabalho, reclama-se contra ele porque tem que impor estas medidas para sairmos da trampa onde trinta anos de democracia e a situação económica mundial nos colocaram. Concordo com tudo? Não! Dificilmente alguém concordará. Mas não é por isso que desato a criticar tudo e todos… 

3 Comentários:

Nelson disse...

clap, clap.

Anónimo disse...

ora nem mais!

editor69 disse...

PALMAS!

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